Projeto Arara Azul comemora 27 anos de parceria com a Fundação Toyota do Brasil

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15.12.16
  • Arara-azul, que foi retirada da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção ainda inspira cuidados especiais e monitoramento contínuo;
  • Neste período reprodutivo, especialistas esperam registrar o nascimento de 52 filhotes;

Neste ano, o projeto Arara Azul e a Fundação Toyota do Brasil comemoram 27 anos de parceria na luta contra a extinção da espécie no Pantanal sul-mato-grossense. Após duas décadas de trabalho e triplicar a população, a ave foi retirada da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente. Apesar da conquista e dos resultados positivos a cada ano, os esforços não param, pois geralmente, a maioria dos casais se reproduzem apenas a cada dois anos. Desde julho, quando iniciou o período reprodutivo das araras, especialistas registraram 108 ovos em 54 ninhos monitorados e esperam que 52 filhotes voem até o fim da estação reprodutiva, em março.

O número é maior que o de 2015 em que nasceram 49 filhotes e desses 29 voaram. Mas a bióloga responsável pelo projeto e presidente do Instituto Arara Azul, Neiva Guedes, explica que neste ano, sua equipe encontrou um novo desafio para a conservação da espécie. “Alguns dos ninhos artificiais, que instalamos há anos têm sido visitados por predadores. No entanto não os identificamos. Ainda não sabemos se são aves ou mamíferos”, explica.

Os ninhos artificias foram instalados em diversas tipos de árvores pela equipe do projeto Arara Azul e são uma alternativa para as aves que colocam seus ovos em cavidades do Manduvi, uma espécie arbórea, chave para a fauna, mas com distribuição restrita a área não inundável no Pantanal. “Nesta estação reprodutiva, algum predador descobriu os ninhos artificias ocupados pela arara. Então instalamos câmara trap (máquina automática: foto ou vídeo) para tentar identificar o predador. E ao mesmo tempo, nós estamos elaborando algumas medidas de contenção como cinta metálica no tronco da árvore e se necessário até um novo formato de caixa, que ainda assim, seja adequado para a reprodução das araras”, explica Neiva Gu edes, que é também professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Uniderp. A bióloga lembra ainda que só após o período reprodutivo a equipe poderá avaliar os números finais deste ano, mas está confiante. “Este ano, mesmo com a predação aos ninhos artificiais que foi uma grande surpresa, acreditamos que será melhor que nos anos anteriores”.

Os resultados positivos são fruto de 27 anos de trabalho em estudos de biologia básica, reprodução, comportamento, habitat, manejo e educação ambiental para a conservação da espécie, que no fim da década de 1980 estava ameaçada de extinção, e chegou a somar apenas 1.500 indivíduos no Pantanal. Hoje, com a importante contribuição do Projeto Arara Azul, especialistas estimam mais de 5.000 indivíduos no Pantanal, na área que inclui os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia.

Apesar das conquistas no Brasil, a espécie ainda permanece na lista vermelha das espécies ameaçadas, elaborada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), pois seu alto grau de vulnerabilidade exige cuidados especiais para a sua conservação na natureza. “Os estudos não podem parar. Para realmente mantermos a conservação é preciso continuar estudando as relações biológicas, as interações ecológicas e a dinâmica do meio em que vivemos” lembra Neiva.

No total, a iniciativa monitora aproximadamente 3.000 aves, que vivem em 745 ninhos, cadastrados por 57 fazendas, situadas em Miranda, Aquidauana e Bonito (MS) e na região de Barão de Melgaço (MT). Boa parte dos ninhos está localizada em regiões de difícil acesso, por isso a importância das picapes Hilux com tração 4X4, cedidas pela Fundação Toyota do Brasil. Os veículos permitem às equipes de biólogos transportarem suprimentos e todos os equipamentos necessários à realização dos trabalhos de campo.

“O resultado ano a ano desse projeto reafirma o princípio de nos aliarmos a empreendimentos socioambientais sérios, respeitados e, acima de tudo, plenamente comprometidos com a preservação do meio ambiente e com a comunidade local”, explica Ricardo Bastos, presidente da Fundação Toyota do Brasil.

Centro de Sustentabilidade

Em 2013, investindo na melhoria e na continuidade das atividades de conservação da espécie, a Fundação Toyota do Brasil financiou a construção do Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, em Campo Grande (MS), com o objetivo de garantir a perenidade das ações da entidade, para que ela se torne, em alguns anos, autossustentável economicamente.

A gestão administrativa e política da captação de recursos foi remodelada, bem como a prospecção de novos projetos e ações. A campanha Adote um Ninho é uma delas. “O sistema de gestão que adotamos está contribuindo continuamente com a missão idealizada pelo Instituto Arara Azul. Percebemos isso, com a visibilidade e reconhecimento das nossas ações”, explica Eliza Mense, Diretora Executiva do Instituto.

O Centro de Sustentabilidade também proporciona o turismo de observação das araras na cidade e no Pantanal, principalmente no período de reprodução. O espaço recebe pesquisadores e estudantes brasileiros e estrangeiros, interessados no estágio e treinamento oferecidos pelo Instituto Arara Azul. Os visitantes ainda podem conferir a trajetória do Projeto Arara Azul, suas ações e resultados.

Outra forma de geração de renda são os artigos personalizados do projeto. Todo o valor arrecadado é revertido para ações de monitoramento e pesquisas, promovendo a conservação da biodiversidade.

Adote um Ninho

Visando reforçar a importância da conservação da biodiversidade pantaneira, o Instituto Arara Azul iniciou uma nova fase no trabalho de proteção da espécie. A entidade lançou recentemente a terceira da campanha “Adote um Ninho”, que consiste no apadrinhamento de ninhos, proporcionando a arrecadação de recursos e, consequentemente, o fortalecimento do projeto.

As edições anteriores colheram resultados significativos. Desde a edição piloto ninhos foram apadrinhados por empresas e pessoas físicas, dentre esses vários famosos, como Ziraldo, Michel Teló, Almir Sater e Gabriel Sater, Carlos Saldanha, Chitãozinho e Xororó, Munhoz e Mariano e Luan Santana. Muitos já renovaram suas adoções e novos padrinhos estão aderindo à Campanha, que chega a sua terceira edição.

Mais detalhes sobre todas as modalidades de subsídio ao trabalho desenvolvido pelo projeto Arara Azul podem ser obtidos pelo e-mail diretoriaexecutiva@institutoararaazul.org.br.

Curiosidades da arara-azul

  • As araras pertencem à mesma família dos papagaios, periquitos e maracanãs, chamados Psitacídeos;
  • A arara-azul é uma ave monogâmica. Ou seja, forma um par/casal constante até a morte de um dos indivíduos;
  • A espécie não tem dimorfismo sexual externo. Só é possível diferir o gênero a partir da análise de uma amostra de sangue ou laparoscopia;
  • No Pantanal, as araras-azuis alimentam-se da castanha de duas palmeiras, o Acuri e a Bocaiúva;
  • 95% dos ninhos são encontrados em uma única espécie arbórea, o Manduvi;
  • Após o nascimento, o filhote permanece sob os cuidados dos pais por mais de 100 dias, até que esteja pronto para voar;
  • A arara-azul tem baixa taxa reprodutiva. Em geral, nasce um filhote a cada dois anos;
  • As principais ameaças da espécie na década de 1990: descaracterização do habitat, tráfico ilegal e caça para uso em artesanatos e adornos indígenas.

Sobre a Fundação Toyota do Brasil

Criada em abril de 2009, a Fundação Toyota do Brasil atua na preservação ambiental e formação de cidadãos. Além das novas iniciativas surgidas com a sua instituição, a Fundação Toyota do Brasil unificou e ampliou todos os projetos de responsabilidade social em andamento, que estavam sob a responsabilidade da montadora Toyota do Brasil.

Nacionalmente, além do Projeto Arara Azul , a Fundação Toyota do Brasil patrocina desde 2009 o Projeto Toyota APA Costa dos Corais, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do governo federal. O projeto prioriza a conservação dos recifes de corais e ecossistemas associados ao peixe-boi marinho em uma área de 413 mil hectares nos estados de Alagoas e Pernambuco.

Localmente, a entidade agrega ainda as ações sociais implantadas e mantidas nas comunidades onde a empresa possui unidades, como Indaiatuba (SP), Guaíba (RS), Porto Feliz (SP), Sorocaba (SP) e São Bernardo do Campo (SP). As iniciativas compreendem as áreas de educação, meio ambiente e cultura, e contam com o apoio dos colaboradores da empresa como voluntários.

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