Projeto Arara Azul comemora primeiros resultados do período reprodutivo da espécie no Pantanal em 2014

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26.11.14

A iniciativa monitora aproximadamente 3.000 aves no Pantanal brasileiro

Mesmo com o atraso de seis semanas no período reprodutivo, por conta das condições climáticas no Pantanal, o Projeto Arara Azul e a Fundação Toyota do Brasil comemoram os primeiros resultados de 2014 na reprodução da espécie. Além do aumento do número de ninhos cadastrados, de 455 para 599, de agosto a novembro de 2014 foram postos 55 ovos de arara-azul, em 94 ninhos monitorados. Em quatro meses, a equipe do projeto já contabilizou o nascimento de 30 filhotes, e espera mais 20 indivíduos até o fim deste ano.

A bióloga responsável pelo projeto e presidente do Instituto Arara Azul, Neiva Guedes, explica que o período reprodutivo costuma acontecer entre julho e janeiro e que, provavelmente, será prolongado até fevereiro ou março de 2015, devido ao atraso de julho. “Existe a perspectiva de observarmos posturas até o mês de dezembro. Só após esse período, poderemos avaliar os resultados em relação aos anos anteriores. Mas estamos bastante confiantes e animados”, afirma.

Os resultados considerados positivos são fruto de 25 anos de trabalho em estudos de biologia básica, reprodução, comportamento, habitat, manejo e educação ambiental para a conservação da espécie, que no fim da década de 1980 estava ameaçada de extinção, e chegou a somar apenas 1.500 indivíduos no Pantanal. Hoje, com a importante contribuição do Projeto Arara Azul, especialistas estimam mais de 5.000 indivíduos no Pantanal, na área que inclui os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia.

A iniciativa monitora aproximadamente 3.000 aves, que vivem em 599 ninhos, cadastrados por 57 fazendas, situadas em Miranda, Aquidauana e Bonito (MS) e na região de Barão de Melgaço (MT). Boa parte dos ninhos está localizada em regiões de difícil acesso, por isso a importância das picapes Hilux com tração 4X4, cedidas pela Fundação Toyota do Brasil. Os veículos permitem às equipes de biólogos transportarem suprimentos e todos os equipamentos necessários à realização dos trabalhos de campo.

“A parceria reafirma o princípio de nos aliarmos a empreendimentos socioambientais sérios, respeitados e, acima de tudo, plenamente comprometidos com a preservação do meio ambiente e com a comunidade local”, explica Ricardo Bastos, presidente da Fundação Toyota do Brasil.

Adote um Ninho

Visando reforçar a importância da conservação da biodiversidade pantaneira, o Instituto Arara Azul iniciou uma nova fase no trabalho de proteção da espécie. A entidade lançou a campanha “Adote um Ninho”, que consiste no apadrinhamento de ninhos, proporcionando a arrecadação de recursos e, consequentemente, o fortalecimento do projeto, que completa 25 anos de atividades, com o apoio da Toyota do Brasil e, mais recentemente, da Fundação Toyota do Brasil.

Antes mesmo do lançamento oficial, a campanha conquistou muitos adeptos. Foram adotados 45 ninhos por pessoas físicas e jurídicas. Entre os padrinhos estão Ziraldo, Carlos Saldanha, Chitãozinho e Xororó, Luan Santana, Michel Teló, Gabriel Sater, Almir Sater e outros artistas e empresários brasileiros e norte-americanos.

“Sinto-me bastante satisfeita e feliz por ver o quanto as pessoas se importam com o nosso trabalho. O reconhecimento reforça a credibilidade do projeto e dá uma sensação de dever cumprido. Já colhemos muitos resultados positivos, mas ainda há muito a ser feito. Para isso, precisamos do engajamento da sociedade”, destaca Neiva, que também é professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp.

Ao fazer o processo de adoção, os padrinhos passam por um curso preparatório, no qual aprendem sobre o monitoramento dos ninhos naturais e artificiais e sobre o relatório periódico do comportamento e desenvolvimento dos filhotes/afilhados. Além disso, ao nascer um filhote de arara-azul no ninho do adotante, o padrinho poderá batizá-lo. Assim como todas as aves da espécie, o filhote será acompanhado até o momento de seu voo e receberá uma anilha com numeração exclusiva, bem como um microchip. Todas as informações serão encaminhadas ao padrinho, por meio de um relatório final, junto com o Certificado de Adoção.

Centro de Sustentabilidade

Em 2013, investindo na melhoria e na continuidade das atividades de conservação da espécie, a Fundação Toyota do Brasil financiou a construção do Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, em Campo Grande (MS), com o objetivo de garantir a perenidade das ações da entidade, para que ela se torne, em alguns anos, autossustentável economicamente.

A gestão administrativa e política da captação de recursos foi remodelada, bem como  a prospecção de novos projetos e ações, fazendo com que, em apenas seis meses, o Instituto implementasse 81% dos objetivos do plano estratégico. “Estamos bastante otimistas com o sistema de gestão que está sendo adotado pela entidade. Os novos projetos de sustentabilidade contribuirão para o fomento e a continuidade da missão idealizada pelo Instituto Arara Azul”, completa Neiva.

O Centro de Sustentabilidade também proporciona um novo tipo de turismo na região – o de informação e observação das araras na cidade e no Pantanal, principalmente no período de reprodução. O espaço recebe pesquisadores e estudantes brasileiros e estrangeiros, interessados no estágio e treinamento oferecidos pelo Instituto Arara Azul. Os visitantes ainda podem conferir a trajetória do Projeto Arara Azul, suas ações e resultados.

Outra forma de geração de renda é a loja com artigos personalizados do projeto. Todo o valor arrecadado é revertido para ações de monitoramento e pesquisas, promovendo a conservação da biodiversidade.

O Projeto Arara Azul também tem o apoio da Uniderp, Caiman e Bradesco Capitalização.

Curiosidades da arara-azul

  • As araras pertencem à mesma família dos papagaios, periquitos e maracanãs, chamados Psitacídeos;
  • A arara-azul é uma ave monogâmica. Ou seja, forma um par/casal constante até a morte de um dos indivíduos;
  • A espécie não tem dimorfismo sexual externo. Só é possível diferir o gênero a partir da análise de uma amostra de sangue ou laparoscopia;
  • No Pantanal, as araras-azuis alimentam-se da castanha de duas palmeiras, o Acuri e a Bocaiúva;
  • 95% dos ninhos são encontrados em uma única espécie arbórea, o Manduvi;
  • Após o nascimento, o filhote permanece sob os cuidados dos pais por mais de 100 dias, até que esteja pronto para voar;
  • A arara-azul tem baixa taxa reprodutiva. Nasce um filhote a cada dois anos;
  • As principais ameaças da espécie na década de 1990: descaracterização do habitat, tráfico ilegal e caça para uso em artesanatos e adornos indígenas.

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